“Situação de muita preocupação, o momento é dramático”, diz o Senador Lasier Martins sobre o atual cenário do RS

O Senador da República, Lasier Martins (Podemos), concedeu uma entrevista para abordar os assuntos mais discutidos nos últimos dias, no programa Manhã News desta terça-feira, 23 de fevereiro. Com grande parte das regiões do Rio Grande do Sul classificada com bandeira preta, pior nível do sistema de enfrentamento à pandemia, Lasier comentou sobre a atual situação do Estado.

O líder do bloco Podemos, PSDB e PSL, acredita que a “situação é de muita preocupação, o momento é dramático, nós estamos vendo o pior momento desde que surgiu a pandemia, é o pior momento em que vive o Rio Grande do Sul”, comenta ele. A última reunião com o Governador do Estado, Eduardo Leite, o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Maneco Hassen, e lideranças de 27 associações regionais também foi pauta da entrevista.

Na segunda-feira, 22, o Gabinete de Crise optou por manter o sistema de cogestão regional. Desta forma, as regiões em bandeira preta podem adotar os protocolos próprios, compatíveis até o nível de restrição da bandeira vermelha. “Aceitou a cogestão (Governador), tremido pelos insistentes apelos de vários prefeitos que não queriam se sujeitar a ordem generalizada a todo o Estado, então agora o Governador estabelece as bandeiras em combinação com os prefeitos”, acrescentando a situação de Porto Alegre, classificada como bandeira preta e que retorna a bandeira vermelha pelo atual sistema de cogestão.  

O Senador também destaca que enquanto países da Europa e Ásia exerciam iniciativas de buscar parcerias para vacinação e insumos, no Brasil “houve uma indolência do Governo Federal em contratar as vacinas”. O atraso na vacinação e a situação econômica de muitas famílias brasileiras levam à discussão a retomada do auxílio emergencial. “Se não retomarmos o auxílio emergencial, o que deverá ocorrer hoje à tarde, quando deveremos discutir pela primeira vez a prorrogação para os meses de março, abril e maio, vai morrer gente de fome”, sinaliza ele, complementando que mesmo fechando o ano com déficit primário de R$ 743 bilhões, o país deve assumir um pouco mais o auxílio.

Petrobras

Outro assunto comentado na entrevista com o Senador foi sobre a conduta do Presidente Jair Bolsonaro em relação a Petrobras.  A estatal chegou a registrar uma baixa de cerca de 20%. Em duas sessões, entre sexta e segunda-feira, perdeu R$ 102 bilhões de valor de mercado.

“Eu acho que faltou habilidade ao Presidente da República, ele deveria ter reunido o Conselho da Petrobras, exposto as suas razões, pedido uma solução, um meio termo. Mas da maneira que ele fez, afastando o presidente que estava recuperando rapidamente os grandes danos que a Petrobras sofreu e que foi causado pelo petrolão, pelos assaltos que o Brasil sofreu no último governo. O Castelo Branco estava recuperando”, disse Lasier. Mesmo com opinião positiva a respeito do trabalho do indicado para a presidência da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, o Senador acredita que a atitude foi considerada uma intromissão.

“Por um lado, a gente entende o porquê ele fez isso. Mas é muito pouco. Para atender aos caminhoneiros, para evitar a ameaça dos caminhoneiros pararem o Brasil? Mas ele já tinha achado uma solução, ele já tinha zerado o preço do diesel. Então por que ir adiante e mudar a presidência da Petrobras? O que tira completamente a segurança dos acionistas. Eu não sei como ele vai sair dessa, eu só sei que hoje no Plenário do Senado haverá muita gente discursando e batendo nele”, finaliza Lasier.

Para conferir a entrevista completa, acesse o áudio: