Esportes
Atualizado em 27/01/2025 às 09:50
Atacante Douglas, do São José, sofre injúria racial em partida pelo Gauchão
Jogador foi chamado de "gorila" por torcedor do São Luiz durante jogo no Estádio 19 de Outubro

A segunda rodada do Gauchão, realizada no sábado, 25 de janeiro, não foi marcada apenas pelos bons jogos e controvérsias com o VAR, mas também por um caso de racismo registrado no duelo entre São Luiz e São José, no Estádio 19 de Outubro.
O incidente ocorreu aos 12 minutos do primeiro tempo, quando o atacante Douglas, do São José, relatou ter sido chamado de "gorila" por um torcedor do São Luiz. Segundo a súmula do árbitro, o jogador informou a equipe de arbitragem sobre a injúria racial, e a partida foi paralisada. O árbitro registrou: “Aos 12 minutos de partida, a mesma foi paralisada, devido ao atleta de número 9, da equipe do São José, senhor Douglas Felisbino de Oliveira, se dirigir a mim, dizendo que teria sido chamado de gorila por um torcedor da equipe do São Luiz. Me dirigi ao delegado da partida, fizemos o protocolo zero ao racismo, não conseguimos identificar o agressor da injúria e, após feito isso, a partida transcorreram normalmente.”
Em entrevista ao GE, Douglas, que viveu essa experiência pela primeira vez em sua carreira, lamentou o ocorrido. “Foram algumas palavras que não deveriam ser ditas em um estádio. Falei para o árbitro, que tomou as providências, mas o estádio estava lotado. Não dá para saber quem foi. Infelizmente, isso aconteceu de novo. Normalmente, acontece no interior do Rio Grande do Sul. Na verdade, tem que saber quem é a pessoa. Não adianta punir todo o clube por um ignorante que talvez não saiba o que está falando. Ou talvez saiba”, desabafou o atacante.
Em comunicado para o Grupo Chiru, o São José se posicionou sobre o caso. O clube manifestou apoio ao jogador e afirmou que o ocorrido não é um caso isolado. “O posicionamento do Douglas e do clube é de que este caso, infelizmente, não é isolado nem exceção. Para que o protocolo proposto pela FGF seja realmente eficaz, deveria haver um compromisso real de todos os envolvidos na organização dos jogos para identificar e punir criminalmente quem comete crimes de racismo”, diz a nota.
O São Luiz e a FGF até o momento não se posicionaram sobre o assunto.