Publicado em 16/06/2025 às 11:58
Licença de operação da Whey do Brasil permite processamento de 12 mil toneladas de leite e derivados
A Whey do Brasil Alimentos S/A de Palmeira das Missões, começou oficialmente a operar, na última sexta-feira, 13 de junho, quando o governador Eduardo Leite entregou à empresa a atualização da Licença de Operação (LO 02400/2025), concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O documento autoriza a ampliação da área da planta industrial e permite a continuidade das atividades de beneficiamento e industrialização de leite e seus derivados no município.
Leite salientou o simbolismo de tal empreendimento para o Estado e a região. “Esse empreendimento representa muitos símbolos importantes para o nosso Estado. Destaco o empreendedorismo dessas sete empresas que se associaram para agregar valor à produção, com aproveitamento total do insumo e transformação de passivos ambientais em riqueza. Além disso, trata-se de uma planta genuinamente gaúcha, com investimentos feitos aqui, movimentando a nossa economia e demonstrando a força do setor leiteiro e agroindustrial do Rio Grande do Sul", acrescentou o governador.
A empresa é fruto da união de sete laticínios do noroeste gaúcho – Mandaká Alimentos, Laticínios Friolack, Laticínios Frizzo, Laticínios Stefanello, Laticínios Kiformaggio, Laticínios São Luis e Doceoli Alimentos – e terá foco na transformação do soro de leite em produtos de alto valor agregado, como soro em pó, compostos lácteos e proteínas do soro (whey protein).
A licença
O documento da Fepam, órgão vinculado à Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), assegura a regularidade ambiental da operação. O empreendimento está localizado na Rodovia BR-468, km 9, na localidade de Três Capões, e ocupa uma área total de 550 mil metros quadrados, com 17.337,12 metros quadrados de área construída e 54.700,18 metros quadrados de área útil. A operação da planta, que recebeu do Badesul Desenvolvimento – vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) – um financiamento de R$ 24,8 milhões, deve gerar cerca de 150 empregos diretos, contribuindo significativamente para a economia local e regional, com impacto positivo sobre a cadeia produtiva do leite.
Durante a entrega, o presidente da Fepam, Renato Chagas, destacou a relevância do momento para o desenvolvimento regional com responsabilidade ambiental. “A concessão dessa licença demonstra que é possível conciliar o crescimento industrial com a preservação do meio ambiente. Estamos viabilizando um projeto de grande impacto econômico, com segurança técnica e dentro das exigências legais”, afirmou.
A licença concedida tem validade até 6 de fevereiro de 2028 e autoriza uma capacidade produtiva mensal expressiva, incluindo até 3,5 mil toneladas de leite em pó integral, 2,7 mil toneladas de leite em pó desnatado, 2,5 mil toneladas de composto lácteo de gordura animal, 1,7 mil toneladas de composto lácteo de gordura vegetal e 1,8 mil toneladas de soro em pó. A estrutura industrial conta com modernos equipamentos, como caldeiras, desnatadeiras, pasteurizadores, sistemas de evaporação e secagem tipo spray dryer, homogeneizadores, tanques e silos de grande capacidade, além de linhas de envase com alto desempenho operacional.
As etapas do processo produtivo autorizadas pela licença compreendem desde a recepção da matéria-prima (leite cru ou soro) passando por resfriamento, armazenamento em silos, desnate, padronização da gordura, pasteurização, evaporação e secagem, até o envase e a expedição dos produtos. Em caso de qualquer modificação no processo produtivo, implantação de novas linhas, ampliação de área ou aumento de produção, a empresa deverá solicitar novo licenciamento à Fepam, conforme prevê a regulamentação vigente.
A licença estabelece também uma série de condições ambientais que a empresa deverá cumprir. Entre elas destaca-se a obrigação de realizar auditoria ambiental a cada dois anos, com entrega do relatório técnico à Fepam, além da manutenção do Cadastro Técnico Federal no Ibama.
Antes da solenidade, o governador participou de uma reunião com a direção da empresa e representantes da Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Leite do Rio Grande do Sul. O grupo apresentou ao governador a demanda por uma política de incentivo e de financiamento para ampliar a produção leiteira e a competitividade do setor no país.