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Publicado em 22/02/2021 às 16:38
Governador avalia sistema de cogestão dos municípios
Em entrevista, Eduardo Leite se posicionou pela suspensão do sistema em razão da alta taxa de internações de casos de covid-19
Em reunião com o Governador do Estado, Eduardo Leite, o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Maneco Hassen, e lideranças de 27 associações regionais, foi discutido o sistema de cogestão dos municípios. A posição da maioria dos prefeitos gaúchos é pela manutenção da cogestão, mas admitindo o aumento pontual de restrições para combater a pandemia.
Essa conversa vai servir de base para o governo gaúcho decidir pela suspensão ou manutenção da prática que permite os prefeitos adotarem regras mais brandas do que as estabelecidas pelo governo estadual. Hoje, a cogestão admite a adesão de protocolos da bandeira anterior pelas prefeituras.
O Governador apresentou números do crescimento nas internações e comparou com outros momentos de alta, definindo como este o mais crítico desde o início da pandemia.
— Estamos observando o maior, mais rápido e mais agressivo crescimento de internações desde o início da pandemia. A restrição não é apenas no sentido de buscar aquela atividade como responsável (pelo aumento de casos), mas para alterar a rotina da população para que ela perceba essa situação excepcional e mude seus hábitos — disse Leite, mencionando que países como Reino Unido, Alemanha e Canadá recorreram a medidas restritivas para conter a pandemia.
O prefeito de Taquari e presidente da Famurs, Maneco Hassen, que chegou a manifestar como “necessária” a suspensão da cogestão, endossou a necessidade de alinhamento entre Estado e prefeitura, independentemente da decisão a ser seguida. Hassen ainda pediu maior cobrança ao governo federal em relação ao avanço da vacinação.
— É importante passarmos uma mensagem de segurança, unidade e concordância com a decisão que será tomada pelo governo do Estado. Está na hora de sermos mais firmes com o governo federal, que tem desdenhado da pandemia e deixa o pepino para nós (prefeitos), que estamos na ponta — disse.
Entre os representantes das regiões, o pedido pela manutenção da cogestão foi praticamente unânime. Mesmo assim, os prefeitos reconhecem a gravidade do cenário atual e se manifestaram favoravelmente à adoção de medidas mais enérgicas para dispersar aglomerações.
Na reunião, representantes das prefeituras encaminharam sugestões ao governador para manter a cogestão com adaptações e, ao mesmo tempo, aumentar restrições à circulação de pessoas.
Leite sinalizou que levará as ponderações dos prefeitos ao gabinete de crise do governo do Estado, que tem reunião marcada à tarde. A partir daí, deverá se optar pela continuidade ou não da cogestão no sistema de distanciamento controlado.
*Com informações da Gaúcha ZH