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Atualizado em 29/03/2022 às 17:02
“Eu peguei aquela latrina, arranquei as madeiras e entrei naquela coisa de cabeça”, conta profissional que resgatou recém-nascido
Fato aconteceu em uma das aldeias de Terra Indígena do Guarita, em Redentora
“Uma das coisas mais tristes e mais emocionantes que eu tive na vida”, assim relata o dentista, Gustavo Brunet, que resgatou um recém-nascido de dentro de uma latrina (banheiro com escavação no solo para dejeções), na tarde de segunda-feira, 28 de março. O fato ocorreu em uma das aldeias da Terra Indígena do Guarita, em Redentora.
O profissional estava atuando em uma unidade básica de saúde, a cerca de 40 metros do local. Ele contou que, em meio ao trabalho, foi chamado por uma indígena dizendo que “tinha uma criança recém-nascida que estava enterrada”. Junto com uma colega de serviço, ele foi verificar e notou que no local indicado haviam várias pessoas.
Enquanto acompanhava relatos do que teria acontecido, repentinamente ouviu um choro de bebê. “Eu peguei aquela latrina, arranquei as madeiras e entrei naquela coisa de cabeça, puxei a criança e ela começou a chorar. Foi uma emoção fora de série”, descreve.
O servidor, detalha que “aquele serzinho” estava coberto de “fezes, vermes e terra”. Ele acredita que “foi a ação de Deus” que milagrosamente permitiu que o recém-nascido sobrevivesse. Em seguida o bebê foi conduzido ao Hospital Santo Antônio, em Tenente Portela.
A mãe, identificada posteriormente, também foi levada para atendimento na casa de saúde. A mulher e a criança permanecem internadas, segundo a direção do hospital, e passam bem.
Gustavo informou que o fato foi registrado na Delegacia de Polícia e que a Promotoria Pública de Tenente Portela já está atuando na investigação do caso. Entramos em contato com a Delegacia de Polícia responsável, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos retorno. Por isso, a qualquer momento informações podem ser atualizadas.
*Com colaboração de Paulo Farias